Prosegur em Eunápolis não traz insegurança só para os vizinhos, mas para toda a cidade
A Prosegur e os clientes para quem trabalha não estão nem aí para a população.
A Prosegur e os clientes para quem trabalha não estão nem aí para a população.
18/03/2018 - 08:07
Eunápolis, no extremo sul baiano, com 115 mil habitantes, tem todos os fatores que colocam a cidade em situação de risco de grandes assaltos: fica na BR 101 com diversos pontos de fuga; tem um presídio estadual; 6 agências bancárias sujeitas a ataques; possui uma filial da Prosegur, empresa de transporte de valores e conta apenas com uma estrutura policial precária, com pouco efetivo e equipamentos obsoletos.
O assalto a Prosegur no último dia 6 roubou também a tranquilidade de toda a população. Não foi um ato solitário que prejudicou somente a empresa e vizinhos. Foi um grande alerta que explodiu no colo da sociedade e já repercutiu no Legislativo municipal, com o projeto de lei do vereador José Ramos (PTC), que proíbe a instalação de empresas do setor de transporte de valores no perímetro urbano da cidade. Tudo indica que será travada uma longa batalha judicial, mas a tendência é os vereadores aprovarem a proibição.
MEDIAÇÃO
A prefeitura tomou a iniciativa de forçar o diálogo com a empresa para exigir mais segurança nas instalações e servir de mediadora no conflito com os proprietários dos imóveis cujas estruturas foram atingidas pelas explosões durante o assalto. O subprocurador do município, o advogado Antônio Pitanga, vem conduzindo bem as ações nesse campo, mas a população precisa se engajar nessa causa ou nada vai adiantar. A Prosegur já disse que não pretende mudar a situação.
PRESSÃO POPULAR
A única força capaz de vencer o poder econômico da empresa nessa luta por uma cidade mais segura é a pressão popular. O povo nas ruas protestando, uma ação civil pública na Justiça tratando do caso e a sociedade se mexendo em prol da coletividade é o caminho a ser tentado.
Por enquanto, a Prosegur e os clientes para quem trabalha não estão nem aí para a população, que se continuar achando que o problema é somente de quem mora perto vai acabar descobrindo tarde demais que segurança pública não é um problema isolado dessa ou daquela localidade, mas de toda a cidade.