
Abandono e crueldade: o reflexo de uma sociedade que ainda falha com os animais
05/11/2025 - 22:15

Mais uma vez, Eunápolis foi palco de uma cena triste e revoltante. Durante uma ação policial do 28º Batalhão, que tinha como objetivo averiguar denúncias de tráfico de drogas no bairro Pequi, os militares se depararam com algo que vai além da criminalidade humana: um cachorro da raça pit bull em situação extrema de sofrimento e abandono.
O animal, encontrado nesta quarta-feira (05) estava desidratado e extremamente magro, estava preso em um ambiente que também abrigava materiais relacionados a atividades ilícitas. Enquanto os suspeitos fugiram pelos fundos da residência, o cachorro ficou para trás — uma vítima silenciosa da negligência e da crueldade.
É chocante perceber que, em pleno 2025, ainda convivemos com casos assim. Apesar dos avanços nas leis de proteção animal, a violência e o abandono continuam sendo práticas corriqueiras, muitas vezes invisíveis aos olhos da sociedade. Não basta apenas resgatar: é preciso responsabilizar, punir e, acima de tudo, educar.

O gesto da Polícia Militar, ao acionar o Centro de Zoonoses e garantir o encaminhamento do cão aos cuidados adequados, é digno de reconhecimento. Mas o episódio também escancara uma ferida social que insiste em não cicatrizar — a falta de empatia com seres que sentem fome, dor e medo, mas que ainda são tratados como objetos descartáveis.
Enquanto os casos de maus-tratos continuarem a ser vistos como “problemas menores”, continuaremos testemunhando a degradação da nossa própria humanidade. Proteger os animais não é apenas um ato de compaixão — é um dever civilizatório.
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