Quando o discurso não combina com a prática

Por Redação / VIA41
19/11/2025 - 15:20

O episódio envolvendo o deputado Robinho revela, no mínimo, uma preocupante contradição entre discurso e prática. Enquanto o parlamentar cobra publicamente ações “enérgicas” do Estado contra invasões de terra, ele próprio se vê no centro de uma disputa judicial por suposta turbação de posse — justamente o tipo de conflito que ele critica. Ainda que alegue ter adquirido a área de forma regular, o fato é que a Justiça entendeu haver elementos suficientes para conceder liminar em favor da empresa Águia Branca, determinando a retirada do maquinário e proibindo novas intervenções.

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A postura do deputado, que tenta suavizar o episódio afirmando que “não houve invasão” e que retirou as máquinas espontaneamente, não elimina o desconforto político que a situação cria. Um representante público deve ser o primeiro a prezar pela legalidade e pela prudência, especialmente quando se trata de conflitos fundiários, tema sempre sensível no extremo sul da Bahia. Ao agir antes da conclusão definitiva sobre a posse da terra, Robinho alimenta exatamente o clima de insegurança jurídica que ele diz combater.

É legítimo que a Justiça decida quem de fato tem razão — e isso deve ser respeitado. Mas é igualmente legítimo esperar que aqueles que ocupam cargos públicos ajam com mais responsabilidade e coerência, evitando transformar interesses particulares em constrangimentos públicos.


 

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