
Fraudes documentais e o desafio da identidade no Brasil digital
23/11/2025 - 22:47

A explosão das fraudes documentais nos últimos anos é um alerta claro de que a transformação digital no Brasil avança mais rápido do que nossa capacidade de proteger a própria identidade. O salto de 19 mil tentativas de fraude em 2022 para mais de 51 mil em 2025 revela não apenas o aumento da criminalidade, mas a fragilidade de um país que ainda convive com dezenas de versões de um mesmo documento.
Enquanto o comércio eletrônico cresce e bancos digitais se consolidam, seguimos dependendo de identificações analógicas, facilmente manipuláveis e difíceis de fiscalizar. O RG — que ainda é o principal alvo — se tornou uma porta aberta para golpistas. A adoção da Carteira de Identidade Nacional poderia ser o caminho natural para reduzir a vulnerabilidade, mas avança devagar, sem padronização plena entre os estados.
Não se trata apenas de atualizar o documento: é preciso modernizar o processo de verificação. A tecnologia, como mostram os dados, já é capaz de detectar adulterações com precisão muito superior à análise humana. Mas nenhum sistema funciona sozinho. A combinação entre inteligência artificial e especialistas é hoje o que garante o maior índice de segurança.
O Brasil precisa encarar esse debate com seriedade. Enquanto o cidadão migra para o digital, sua identidade continua presa ao passado — e esse descompasso tem custado caro.
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